História

Para um grande ideal como é a unidade, aquela que Jesus pediu ao Pai, “que todos sejam um” (Jo 17,21), o horizonte não poderia deixar de ser o mundo e, olhando retrospectivamente, entende-se que desde os primeiros instantes do Movimento que nascia, os desejos do coração mirassem longe. Naquela época ninguém podia imaginar o desenvolvimento que teria. Seguiu um caminho que Alguém estava a traçar.

«O Movimento desenvolveu-se segundo um desígnio de Deus preciso, que nós sempre ignoramos, mas que se ia revelando no tempo,

dirá Chiara Lubich, ao narrar a sua história no XIX Congresso Eucarístico Nacional italiano, em Pescara, no ano de 1977. Naquela ocasião ela salientou como «a caneta não sabe o que deverá escrever, o pincel não sabe o que deverá pintar, o cinzel não sabe o que deverá esculpir. Assim, quando Deus toma uma criatura entre as mãos, para fazer surgir uma obra sua na Igreja, ela não sabe o que deverá fazer. É um instrumento. Quando tudo começou, em Trento, eu não tinha um programa, não sabia nada. A ideia da Obra estava em Deus, o projeto no Céu. Foi assim no início, e foi assim durante os 34 anos de desenvolvimento do Movimento dos Focolares». E foi assim, acrescentamos nós, nos anos seguintes, até hoje.

Quando a guerra terminou as primeiras focolarinas mudaram-se para algumas cidades da Itália, por motivos de estudo e de trabalho. E não faltaram convites de pessoas que desejavam conhecer e difundir a outros a experiência delas.

A primeira etapa foi Roma, para onde Chiara se mudou, em 1948, e depois Florença, Milão, Siracusa, etc. Em 1956 iniciou a difusão na Europa, em 1958 na América Latina, em 1961 na América do Norte. No ano de 1963 chegou a vez da África, 1966 da Ásia e 1967 da Austrália. Estes e outros acontecimentos foram traçando, ao longo dos anos, o painel histórido que passa pelos cinco continentes e engloba mais de quatro milhões e meio de pessoas.

Hoje o Movimento dos Focolares está presente em 182 países, conta com cerca de dois milhões de aderentes e simpatizantes, predominantemente católicos, mas não só. De maneiras variadas, participam dele milhares de cristãos de 350 Igrejas e comunidades eclesiais, muitos seguidores de outras religiões, entre os quais judeus, muçulmanos, budistas, hindus, sikhs… e pessoas de convicções não religiosas.

O núcleo central do Movimento é constituído por mais de 140 mil animadores, das várias ramificações. Em breve, esta é, até hoje, a história de um povo que nasceu do Evangelho.