Espiritualidade

O Movimento dos Focolares tem como objectivo contribuir para a realização da unidade e da fraternidade universal. Desta forma, deu-se início a uma nova corrente de espiritualidade baseada no amor evangélico – a espiritualidade da unidade ou de comunhão – que suscitou um vasto Movimento de renovação espiritual e social.

É uma espiritualidade que se pode definir como colectiva, uma vez que exige o amor ao próximo. É um novo caminho para chegar a Deus:
eu – o irmão – Deus. A sua força revolucionária está sobretudo no amor recíproco que gera a presença de Jesus segundo a sua promessa no Evangelho: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em Meu nome, Eu estarei no meio deles” (Mt 18,20).

Tal como aconteceu no decorrer dos séculos, especialmente em momentos de crise, de reviravoltas na História, também hoje, com os dons dos seus carismas, o Espírito faz com que desabrochem novas correntes espirituais na Igreja, suscitando movimentos, comunidades, famílias religiosas, que são, por assim dizer, a encarnação de uma palavra de vida que Jesus quer repetir para a humanidade, como remédio para os males do tempo.

Unidade, comunhão: as palavras para o terceiro milénio

Comunhão, comunidade, unidade. Palavras que Jesus repete hoje. Do Concílio Vaticano II emergiu a exigência de uma espiritualidade de comunhão, que em muitos momentos foi invocada pelo Papa João Paulo II e por Bento XVI. É justamente a unidade a característica da espiritualidade do Movimento dos Focolares.

Uma espiritualidade que brotou de uma experiência de redescoberta do Evangelho das origens. Chiara e as suas primeiras companheiras descobrem no Testamento de Jesus, “Que todos sejam um”, a razão de ser das suas vidas.

É uma “página de luz” que se abre num momento escuro da História: a Segunda Guerra Mundial. Como realizar a unidade num mundo tão dilacerado pelo ódio e pela violência? É uma questão que se torna oração. A resposta encontra-se numa outra “página de misterioso sofrimento”, escrita por um Deus que, na cruz, chega a gritar o abandono do seu Pai, para reunir os homens ao Criador e entre si.

A medida do amor recíproco, que gera a unidade, encontra-se neste ápice de amor. Uma unidade que torna visível a presença do Ressuscitado no lugar onde cada pessoa vive: na família, nos bairros, nas fábricas, nos parlamentos. Quando o Ressuscitado está entre nós, como ele prometeu a dois ou três que se reúnem em seu nome, ou seja, no seu amor, de alguma maneira experimenta-se o divino, a sua paz, a sua luz, o seu amor, a unidade!

Chiara Lubich testemunha: “Foi justamente quando acreditávamos estar simplesmente a viver o Evangelho que o Espírito Santo esculpiu com caracteres de fogo nas nossas almas aqueles que iriam ser os pontos fundamentais da ‘Espiritualidade da Unidade’, uma espiritualidade nova, ao mesmo tempo pessoal e comunitária”.

Uma nova corrente de espiritualidade

A espiritualidade da unidade além de ser a linfa da qual se desenvolve o Movimento dos Focolares, é também o húmus que dá vida às suas numerosas realizações, mas, ao difundir-se em todas as latitudes, revela-se, cada vez mais, como uma resposta à sede de unidade, de paz, de renovação, que aflora na humanidade.